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Operações com piloto único na aviação comercial aumentam risco de fadiga e de diminuição da segurança

18 de setembro de 2023

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A campanha “Segurança de Voo começa com 2” (Safety Starts With 2), da qual o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) faz parte, alerta para um risco que não está sendo levado em consideração pelos defensores de operações com piloto único na aviação comercial: a fadiga dos tripulantes.

Há um movimento crescente na Europa e nos EUA visando a redução do número de pilotos na cabine de comando de aviões comerciais. Esse movimento, encabeçado por fabricantes e empresas aéreas, tem por objetivo uma suposta redução de custos, substituindo um dos pilotos por inteligência artificial.

No entanto, nenhum dos defensores desta redução levam em consideração que, mesmo apoiado por IA ou por um piloto remoto, o comandante de uma aeronave teria uma carga maior de trabalho, o que não acontece quando há dois ou mais pilotos na cabine. Os voos com um único piloto, eventualmente, podem possuir um agravante, o aumento da fadiga, promovendo o comprometimento da segurança operacional.

Os efeitos das operações de piloto único já foram alvos de estudos da NASA e da FAA. O experimento envolveu 36 pilotos em diversos cenários de voo utilizando um Boeing 737-800 em simulador de voo e percebeu-se o aumento significativo na carga de trabalho do piloto em operações de piloto único. Disponível em:   https://ntrs.nasa.gov/api/citations/20170009542/downloads/20170009542.pdf

O aumento da fadiga dos tripulantes é uma preocupação constante do SNA, que está promovendo debates sobre o tema, não só com os aeronautas, mas com autoridades e outros setores da sociedade. Em pesquisa realizada pelo sindicato, 87,32% dos tripulantes indicaram sentir fadiga durante as operações, sendo 16,27% uma vez por semana, 27,97% duas vezes por semana e 43,08% três ou mais vezes por semana.

Esses números são referentes aos tripulantes brasileiros em operações com dois pilotos. Devido às flexibilizações permitidas pelo RBAC 117 em comparação à Lei 13.475/17 (Lei do Aeronauta), a carga de trabalho dos aeronautas é elevada e pode aumentar ainda mais caso haja uma redução de pilotos na cabine de comando, nessas condições.

O problema da fadiga não é só no Brasil. Pesquisa recente divulgada pela ECA (European Cockpit Association), associação de pilotos da Europa, aponta que três a cada quatro pilotos já pegaram no sono durante o voo e que 73% não conseguem descansar adequadamente entre as operações. Disponível em: https://www.eurocockpit.be/news/pilot-fatigue-new-report-reveals-safety-management-deficiencies

Para o SNA, tanto os números da pesquisa no Brasil, quanto na Europa, reforçam a necessidade de se manter o número adequado de pilotos na cabine de comando. Se com dois ou mais pilotos já existe um quadro elevado de fadiga, caso as operações com piloto único se tornem realidade, a carga de trabalho da tripulação e poderá aumentar e, consequentemente, o nível de fadiga da tripulação pode vir a aumentar, o que poderá ser um risco para a segurança operacional.

Clique no link para mais informações: https://tinyurl.com/5cvc23jc

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